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Por Camila Galdino (PB)

Com o apoio institucional da ONU Mulheres e parcerias com a Zulu Nation Brasil, Associação Hip Hop Mulher e Conselho da comunidade negra, o grupo Jovens Feministas de São Paulo realizou de 24 a 27 de Agosto de 2011 na cidade de São Paulo o I Seminário Nacional de Jovens Feministas. O evento reuniu cerca de 30 mulheres jovens de todas as macro-regiões do país, além de convidadas e parceiras do movimento de jovens feministas, a exemplo da deputada federal Leci Brandão que falou do seu lugar de parlamentar sobre a importância e o reconhecimento histórico das mulheres jovens para o movimento feminista do Brasil e Susana Martinez, representanteda ONU Mulheres Cone Sul, antes UNIFEM, que desde o início do levante jovem feminista tem apoiado ações e pautas das mulheres jovens do Brasil.

O seminário marcou um momento de renovação para o movimento de jovens feministas do país, além de ter sido um forte instrumento de mobilização e acordo das pautas das mulheres jovens para as conferências de políticas públicas que irão ocorrer ao longo deste ano no Brasil.

Com uma vasta programação, o seminário ainda discutiu formas de utilização de ferramentas de comunicação para a propagação feminista, experiências positivas na realização de projetos sociais de e para jovens, elaboração de projetos, incidência e empoderamento das jovens mulheres feministas, além de um diálogo intergeracional onde feministas adultas e jovens puderam discutir sobre a diversidade do feminismo no Brasil, contaram suas histórias e unificaram suas demandas e reflexões afim da propagação de suas lutas e ações.

Na ocasião, também foram lançadas as campanhas nacionais, Jovens Feministas pelos Direitos Sexuais e Reprodutivos idealizada pela Articulação Brasileira de Jovens Feministas e Educação em Sexualidade: desafios para uma política pública apresentada pelo Instituto Ecos de São Paulo.

Para saber mais sobre o I Seminário Nacional de Jovens Feministas, conferir fotos e outras informações sobre o evento, acesse o blog Diálogo Jovem (https://dialogoj.wordpress.com), Jovens Feministas de São Paulo (http://jovensfeministasdesp.blogspot.com/),  http://www.flickr.com/photos/abjf  ou entre na página do facebook das Jovens Feministas de São Paulo.

Por  Camila Galdino (PB)

Tecnologia, informação e comunicação são temas recorrentes no I Seminário Nacional de Jovens Feministas. Através da oficina “Dominando os meios de comunicação (TICs) para fortalecer nossa articulação” ministrada pela Bruna Provazi, as jovens reunidas em São Paulo discutiram na tarde de ontem sobre suas relações pessoais e políticas com as redes sociais, com a tecnologia e comunicação. Imagem da mulher jovem na mídia, sensacionalismo midiático, empoderamentoatravés dos meios de comunicação, propagação de ideias feministas e uso de redes sociais de forma política fizeram parte do debate.

Foto: Karina Moura (ES)

Além das discussões frequentes e rotineiras sobre comunicação e mídia que o movimento feminista vem pautando em sua agenda política, as jovens feministas discutiram a temática sob o aspecto de produtoras de conteúdo, e não apenas no lugar de analisadoras ou denunciantes do modelo de comunicação machista, racista e homo/lesbofóbico que impera no Brasil.

Bruna Provazi, oficineira e uma das organizadoras do festival Mulheres no Volante,discutiu com as participantes sobre ferramentas e recursos disponíveis no twitter e facebook,de forma a incentivar as jovens a se mobilizarem através dessas plataformas. Bruna, além de mostrar alguns exemplos de perfis e blogs que utilizam as ferramentas de comunicação para propagação do feminismo, demonstrou como mobilizações que tiveram início na rede se propagaram para o offline, a exemplo da Marcha das Vadias, que em muitos estados foi organizada por jovens mulheres e na internet.

Da Folha Online

“Central de atendimento à mulher, em que posso ajudar?” Essa é a frase que se repete milhares de vezes num único dia no salão de cerca de 200m2 onde funciona o call center nacional contra a violência doméstica.

O espaço, localizado em uma cidade-satélite de Brasília, reúne todas as 150 atendentes que se revezam ao longo de 24 horas e recebem relatos de ameaça, violência física e psicológica, cárcere privado e tráfico de pessoas.

Nos dois últimos casos, a central aciona diretamente as autoridades competentes. Nas demais situações, é necessário uma queixa da parte da mulher e o serviço fornece informações e suporte.

Um dos papéis prioritários da central é explicar os objetivos e as possibilidades da Lei Maria da Penha, que completa hoje quatro anos.

“O Ligue 180 tem o papel importante de orientar a vítima de violência, já que a lei é recente”, afirma Ana Cláudia Pereira, consultora do Cfemea (Centro Feminista de Estudos e Assessoria).

Foram 343.063 atendimentos feitos nos seis primeiros meses do ano, mais que o dobro do ocorrido no mesmo período de 2009, segundo a Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, responsável pelo serviço.

Nos quatro anos de funcionamento do call center, foram 1,2 milhão de atendimentos. Dados à parte, a central é rodeada de sigilo: não há identificação na fachada do prédio, as atendentes não usam uniforme e os relatos são tratados como segredo.

A reportagem visitou o espaço na manhã da última quinta-feira (5). Da porta para dentro, a central segue o estereótipo de um call center tradicional: mulheres jovens –em geral abaixo dos 30 anos, segundo a secretaria– munidas com seus fones.

Lilás e Branco

Balões lilás e brancos festejam os quatro anos da citada lei e cartazes motivam o trabalho. “A partir do momento em que lhe pedem ajuda, você tem uma vida nas mãos e seu apoio pode fazer a diferença”, afirma um deles.

Imbuída desse espírito, uma atendente ditava ao telefone medidas protetivas quando a Folha iniciou sua visita ao local.

A moça, de 18 anos, fez outros três atendimentos em 20 minutos. “A violência está ocorrendo neste momento? A senhora acredita que sua vizinha está correndo risco? Então ligue para a polícia”, orientava, impassível.

Um outro relato desperta desconfiança. “A voz parecia de criança, mas a gente não pode tratar esses casos como trote. A minha voz pode parecer de criança também.”

Fonte: http://www.facebook.com/notes/mizangas-mujeres-jovenes-afrodescedientes/reflexiones-de-las-jovenes-feministas-en-la-cepal-carta-abierta/411597121650
 
 Hoje às 01:53
Brasilia, 15 de julio del 2010.

Nosotras, mujeres jóvenes negras/afrodescendientes, indígenas, lésbicas, bisexuales, transexuales, con VIH/sida y con discapacidades de América Latina y el Caribe, reunidas en un dialogo político en la XI Conferencia sobre la Mujer de CEPAL nos sumamos a la reflexión sobre “¿Qué estado para que igualdad?” y reafirmamos que un Estado democrático e igualitario no se constituye sin la presencia de las jóvenes y la ejecución de sus reflexiones y demandas.

Las juventudes latinoamericanas y caribeñas tenemos como pautas prioritarias:

La violencia contra las mujeres jóvenes, que se puede configurar como: violencia generacional, psicológica, racial, de género, sexual, de orientación e identidad sexual, urbana y rural, policial, institucional, laboral, económica y moral, donde destacamos los constantes ataques molares que minimizan e invisibilizan nuestra participación como mujeres jóvenes en los espacios de decisión política y poder.

Reafirmando que la vida libre de violencias es un derecho humano, alertamos por el gran número de feminicidios/femicidios, tráfico de mujeres jóvenes y un aumento de la práctica de migración de jóvenes latinoamericanas y caribeñas hacia los países imperialistas en busca de una mejor oportunidad de trabajo y condiciones de vida. Por lo tanto, demandamos:

La creación y efectiva implementación de leyes y políticas públicas que garanticen una vida libre de violencias, particularmente en contra de nosotras, mujeres jóvenes en toda nuestra diversidad: lesbianas jóvenes que sufrimos la violencia sexual como medida correctiva de imposición de la heterosexualidad como la norma y la lesbofobia en general; mujeres jóvenes que sufrimos violencia, abuso y acoso sexual, violencia intrafamiliar y en las instituciones educativas, mujeres jóvenes que sufrimos la violencia ejercida por el Estado cuando no se nos garantiza la información, educación sexual, acceso a métodos anticonceptivos y aborto legal seguro y gratuito, y nos enfrentamos a embarazos no deseados que nos obliga a transitar por situaciones que ponen en riesgo nuestra vida e integridad psicológica, física y sexual.

Derechos Sexuales y Reproductivos de las mujeres jóvenes

Reafirmando que los derechos sexuales y los derechos reproductivos son derechos humanos exigimos:

Acceso a la educación sexual, científica, laica, libre de estereotipos racistas, lesbofóbicos y machistas, para la toma de decisiones libres, informadas y responsables.

Información y acceso real a métodos anticonceptivos gratuitos y de calidad, contemplando especialmente la anticoncepción oral de emergencia y el preservativo femenino, así como la creación de métodos preventivos para relaciones sexuales entre lesbianas y métodos anticonveptivos no invasivos para las mujeres.

Acceso a servicios de aborto legal, seguro y gratuito. Porque somos las mujeres negras/ afrodescendiantes, indígenas, empobrecidas y jóvenes las que no contamos con los recursos para acceder a este servicio de manera segura. De esta forma queremos ver garantizados nuestros derechos y la autonomía sobre nuestros cuerpos.

Acceso a la prevención y atención del VIH/sida para mujeres jóvenes adecuadas a nuestras distintas necesidades y sexualidades, enfatizando la necesidad de garantizar el acceso al condón femenino para todas las mujeres.

Garantizar el acceso a servicios integrales en salud sexual y reproductiva para mujeres jóvenes, de calidad, con personal capacitado que respete nuestros derechos sexuales y derechos reproductivos, y sin discriminación.

Trabajo y Educación

El trabajo voluntario y las pasantías mal pagadas, como estrategia de reducción de costos, vulneran nuestro derecho al trabajo bien remunerado, con protección legal y social, así como el respeto a nuestras capacidades.

Exigimos el diseño e implementación de políticas públicas que garanticen regímenes laborales con una carga horaria y remuneración que posibilite movilidad social, autonomía económica y política.

En búsqueda de oportunidades educativas y laborales las jóvenes tenemos que migrar a las grandes ciudades o a otros países exponiéndonos a situaciones de violencia y explotación. Por lo cual exigimos que se nos garanticen condiciones dignas para el acceso a la educación laica, gratuita y de calidad así como también a las nuevas tecnologías de información y comunicación.

El trabajo doméstico como históricamente ha sido considerado por la sociedad Latinoamericana y Caribeña nos oprime como mujeres jóvenes, especialmente lesbianas, negras/afrodescendientes, indígenas y de sectores urbanos y rurales pues nos coloca en un lugar de vulnerabilidad y opresiones incompatibles con las necesidades del desenvolvimiento humano pleno y sin violencia.

Exigimos que el trabajo domestico esté libre de todo tipo de violencia y explotación social.

Participación Política

Las mujeres jóvenes en nuestra diversidad estamos construyendo proyectos y actividades para transformar el mundo, por eso reclamamos nuestro derecho de ocupar los espacios de toma de decisión política en todos los procesos de construcción y deconstrucción para un mundo donde se respeten todos los derechos humanos en todas las fases de la vida, especialmente en aquellas instituciones responsables de diseñar, implementar y monitorear políticas públicas para las/os jóvenes.

O que eu vejo em muitas mulheres é algo inverso. Parece que elas projetam o que a de ruim nelas ou em outras mulheres. Elas não tem nojo de engolir, se melarem com espermas, mas tem nojo da própria vulva, da menstruação, do próprio cheiro… Acham que mulheres são mais fracas, mais dependentes, elas dizem coisas como ‘Eu gosto de futebol e jogo bem, sou diferente das outras mulheres’, elas fantasiam as habilidades dos homens – como se eles fossem melhores em tudo – elas não confiam em si mesmas, mas em homens canalhas ‘confiam’, elas desprezam as habilidades profissionais de outras mulheres.

(Camila Livino, em fórum de orkut)

Llamando a todas las jóvenes activistas…


 ¡Responde la encuesta de AWID y ayuda a diseñar una nueva iniciativa de recursos de financiamiento y movilización para apoyar a mujeres jóvenes!
 
¿Qué están haciendo las jóvenes para promover los derechos de las mujeres a nivel mundial? ¿Cuáles son sus necesidades de financiamiento y recursos para la movilización? La nueva encuesta de AWID reúne información detallada sobre las necesidades de estrategias, de condiciones de financiamiento y de recursos para la movilización del activismo por los derechos de las mujeres y por la igualdad de género lideradas por mujeres jóvenes o transexuales jóvenes. 
 
La encuesta también pregunta por tus ideas en el diseño y conceptualización de una nueva y excitante iniciativa de financiamiento y movilización de recursos especialmente enfocada en la generación más joven de activistas por los derechos de las mujeres.
 
¡Tu participación ayudará en adquirir conocimiento acerca del activismo liderado por jóvenes mujeres y asegurará que tú seas la primera en enterarte de las oportunidades derivadas de esta nueva iniciativa!
 
La fecha límite para responder la encuesta es 25/7/2010.

 Vínculos al Sitio de Web de AWID
 

Programa de Activismo Joven Feminista

Membresía de AWID el cambio no se da por casualidad. Lo generamos de manera colectiva.
Afiliándote a AWID, pasas a formar parte de un movimiento que busca lograr avances en los derechos de las mujeres en todo el mundo, conectándote con otras personas y organizaciones comprometidas con el desarrollo de nuestra voz, poder e influencia colectivas para alcanzar la igualdad plena para las mujeres y los derechos humanos para  todas las personas.Leer mas 

   

Programa de Activismo Joven

Do UOL Notícias*
Em São Paulo 

Senado da Argentina aprova casamento entre homossexuais

Do UOL Notícias*
Em São Paulo
Durante todo o dia manifestantes que defendem o casamento entre Durante todo o dia manifestantes que defendem o casamento entre pessoas do mesmo sexo participam de protesto em frente ao Congresso argentino, em Buenos Airespessoas do mesmo sexo participam de protesto em frente ao Congresso argentino, em Buenos Aires

O Senado da Argentina aprovou na madrugada desta quinta-feira (15) uma reforma no Código Civil que abre espaço para o casamento entre pessoas do mesmo sexo no país.

A medida segue agora para assinatura da presidente Cristina Kirchner, último passo para que a Argentina se torne o primeiro país na América do Sul e o décimo no mundo a reconhecer o matrimônio gay.

Após 14 horas de debate (começou por volta das 13h30, no horário de Brasília), o projeto foi aprovado com 33 votos a favor, 27 votos contra e três abstenções.

A reforma substitui as palavras “homem e mulher” da versão atual da legislação por “cônjuges” e “contraentes”, o que torna indistinto perante a lei a orientação sexual do casal que contrai matrimônio.

A sessão que aprovou o projeto foi cercada de muita tensão e debates acalorados no parlamento, além de protestos e passeatas em todo o país.

O senador nacional Eduardo Torres, a favor da proposta, disse que “a única diferença com entre gays e heterossexuais é que eles têm menos direitos na sociedade argentina. “Nós não aceitamos a discriminação que ocorre em várias partes da sociedade”, afirmou Torres durante discurso.

Victoria Blanca Osuna, senadora do bloco justicialista, também votou a favor da permissão para casamento entre pessoas do mesmo sexo: “As questões que estão em jogo nesse projeto não são religiosas ou morais. Nós estamos perguntando a nós mesmos a responsabilidade da democracia com as minorias discriminadas”, argumentou.

O resultado da votação causou uma grande euforia do lado de fora do congresso argentino, onde manifestantes dos dois lados fizeram vigília para acompanhar os debates entre os senadores.

Mesmo antes da votação no Senado, nove matrimônios de casais homossexuais já tinham sido realizados no país, todos eles mediante autorizações judiciais específicas.

Legislação em outros países

Aprovado agora na Argentina, o casamento gay com plenos direitos já é reconhecido em outros dez países: África do Sul, Bélgica, Canadá, Espanha, Holanda, Islândia, Noruega, Portugal, Suécia e Suíça. O direito também existe nos Estados Unidos (em cinco Estados e na Capital), e no México (apenas na capital).

Ao mesmo tempo, homossexualidade continua sendo considerada crime em dezenas de países do mundo, a maioria deles na África e no sul da Ásia. Em sete deles, o “crime” está sujeito a pena de morte.

O Brasil não reconhece nem o matrimônio, nem a união civil de casais homossexuais. Na falta de legislação pertinente, o casal homoafetivo pode recorrer a uma brecha no Código Civil brasileiro para formalizar a união como uma “sociedade de fato”, nos termos de uma sociedade comercial, seguindo o artigo 981.

Veja comemoração nas ruas da capital

“Alguns cartórios permitem que o casal homoafetivo abra uma sociedade com bens de grande valor. Mas isso não garante muita coisa. Garante apenas que no final da sua vida, se seu companheiro morrer, você não vai perder a casa que vocês dois trabalharam para construir”, explica Phamela Godoy, vice-presidente da ONG Visibilidade LGBT.

No âmbito do poder legislativo, o projeto mais recente sobre a união gay foi encaminhado em 2009 por um conjunto de deputados liderados por José Genoíno (PT-SP) e ainda tramita na Câmara. A proposta é estender aos casais homossexuais o mesmos direitos e deveres da união civil, mas afirma explicitamente que o casamento continuaria vetado.

A possibilidade de união civil poderia chegar também a partir de uma decisão do Supremo Tribunal Federal, que deve examinar uma série de ações nas quais se argumenta que negar o direito de união aos gays viola os princípios constitucionais de igualdade.

Sem a instituição civil do casamento, pelo menos 78 direitos civis expressamente garantidos aos heterossexuais na legislação brasileira ficam negados aos homossexuais, segundo análise do advogado Carlos Alexandre Neves Lima, Conselheiro Político do Grupo Arco-Íris (RJ). Fica excluída, por exemplo, a proteção legal em temas como posses comuns, direitos de família e direitos de representação.

*Com informações do jornal “El Clarín”

Levantamento entre 1995 e 2007 pesquisou 32 milhões de procedimentos.
Cirurgias cardíacas, partos e intervenções sem internação ficaram de fora.

Fonte: Agência Estado
 
A curetagem após aborto foi a cirurgia mais realizada no Sistema Único de Saúde (SUS) entre 1995 e 2007, segundo levantamento do Instituto do Coração (InCor), da Universidade de São Paulo. Com base em dados do Ministério da Saúde, os pesquisadores analisaram mais de 32 milhões de procedimentos nesse período. Ficaram de fora cirurgias cardíacas, partos e pequenas intervenções que não exigem a internação do paciente.
“Procuramos analisar o perfil epidemiológico das cirurgias que tinham um porte médio ou grande e, portanto, potencial maior de complicações”, diz a médica Pai Ching Yu, autora da pesquisa. Ela explica que tanto partos como cirurgias cardíacas são habitualmente estudados separadamente por terem características muito peculiares.
Entre os 1.568 tipos de procedimentos avaliados, as curetagens ficaram na frente, com 3,1 milhões de registros. Em seguida, vieram as cirurgias para correção de hérnia (1,8 milhão), retirada de vesícula (1,2 milhão), plástica de vagina e períneo (1,1 milhão) e retirada do apêndice (923 mil). “As informações disponíveis no Datasus não permitem diferenciar a curetagem resultante do aborto espontâneo da do provocado”, explica a autora do estudo. Os dados foram publicados na revista “Plos One”.
Segundo estimativa do Ministério da Saúde, a maioria das curetagens realizadas é decorrente de aborto provocado. O médico Thomaz Gollop, coordenador do grupo de estudos sobre o aborto da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, concorda. “A maior parte dos abortamentos espontâneos não exige internação. As complicações são quase absolutamente resultantes de abortos provocados”, diz.
Pela legislação brasileira, o aborto só é permitido nos casos de estupro ou quando a gravidez representa risco de vida para a mãe. Também é possível obter autorização judicial quando o feto possui anomalia incompatível com a vida, como anencefalia. As informações são do jornal “O Estado de S. Paulo”.

“Que Estado para que Igualdade?”

Excelentissima Senhora Nilceia Freire,
Ministra da Secretaria de Politicas para as Mulheres  e  
Presidenta da Mesa Diretora da Décima Primeira Conferência Regional sobre a Mulher da América Latina e Caribe.
Senhora Alícia Barcena Secretaria Executiva da CEPAL
Senhora Sonia Montaño Diretora da Divisão de Gênero da CEPAL
Representantes dos Estados membros da Conferência
Representantes das agências do sistema das Nações Unidas
Representantes da sociedade Civil.

Estamos aqui, convocadas pelo desafio de responder à questão: Que Estado para que Igualdade?, mulheres de movimentos e organizações de diferentes países, culturas, raças, etnias, classes sociais, idades, sexualidades, para expressar aos governos os problemas, as visões críticas, as dores, esperanças e exigências que se encarnam nas lutas pela construção de um mundo onde todas e todos possamos viver
com igualdade, dignidade e prazer.

A ação dos movimentos de mulheres e feministas têm sido crucial para colocar no debate público a opressão e discriminação que resultam de sociedades antidemocráticas, sexistas, racistas, classistas,
lesbofóbicas, homofóbicas.

Se a igualdade começa a ser um horizonte possível na América Latina e o Caribe, é porque conta com a presença de sujeitos coletivos com capacidade de resistência e autonomia para definir suas prioridades e
projetos emancipatórios. As vozes de todas as mulheres, indígenas, negras, brancas, rurais, urbanas, trabalhadoras domésticas, deficientes, jovens, idosas, migrantes, lésbicas, transexuais têm sido imprescindivel para repensar e demandar a igualdade, a justiça social e a democracia.
Apesar dos avanços obtidos 15 anos depois de Beijing, a superação das desigualdades entre homens e mulheres ainda não constitui uma dimensão inerente da justiça social. Os Estados e Governos da Região mantêm uma contradição entre os compromissos internacionais assumidos e a materialização das políticas para a igualdade e a plena garantía de direitos.

A divisão sexual do trabalho permanece como uns dos principais obstáculos para a autonomia e o bem estar das mulheres. O trabalho gratuito que realizamos na esfera reprodutiva constitui a base dos modelos econômicos que exclui às mulheres do desenvolvimento.

As mulheres continuam ocupando a maioria dos postos precários e informais de trabalho, em condições de  desproteção social, de insalubridade e em jornadas cada vez mais esgotadoras. A discriminação salarial e o assédio sexual e moral continuam sendo uma constante na experiência das mulheres no mundo do trabalho.

O trabalho doméstico remunerado, no qual predominam as mulheres negras e indígenas com escassos níveis de proteção social e sem garantia aos direitos trabalhistas, revela a falta de reconhecimento do valor social deste trabalho e o peso do racismo na sociedade.

É intolerável a violência contra as mulheres e meninas em todas suas expressões, que se agrava com a violência política e o racismo institucional contra as mulheres negras e indígenas.
O crescimento da violência e o controle de amplos territórios pelo narcotráfico e outras redes do crime organizado que se sobrepõem ao poder do Estado, têm um impacto devastador sobre os vínculos sociais,
afetando a vida cotidiana das mulheres e comunidades empobrecidas.
Nos países em conflito armado o corpo das mulheres torna-se um cenário de guerra obrigando-as deixar seus territorios.

Os índices de violência sexual e doméstica e o feminicídio evidenciam que ainda persiste a dominação patriarcal sobre as mulheres. Os avanços legais e institucionais em quase toda a região não têem sido
suficientes para garantir a proteção às mulheres e seus direitos humanos.
A maternidade continua representando para muitas mulheres um risco de vida. O aborto em condições clandestinas e inseguras, sua criminalização e penalização,  é uma realidade que afeta a vida e a
saúde das mulheres, adolescentes e jovens.

A crise ambiental revela a lógica predatória, patriarcal e racista deste modelo de desenvolvimento baseado na mercantilização. A mudança climática, a privatização e contaminação da água, do solo e dos
alimentos, ameaçam a qualidade de vida de toda a população, com conseqüências particulares na vida das mulheres.

O modelo de desenvolvimento hegemônico promove o agronegócio e a monocultura, viola o direito à terra e o território de povos e comunidades indígenas, afrodescendentes, população rural e camponesa.

Os desastres naturais como o ocorrido no Haití, põem em evidência as profundas desigualdades sociais e de gênero existentes. A lógica atual da reconstrução mantem inalterada a vulnerabilidade estrutural a que
estão expostos os países e as populações vivendo em situação de pobreza.
Considerando os enormes desafíos que esta região – a mais desigual do planeta – deve enfrentar para diminuir as desigualdades sociais, é inadmissível a militarização da segurança cidadã e o aumento do
orçamento militar em detrimento dos investimentos públicos para o bem estar das pessoas.

Reconhecemos os esforços de alguns governos da região em garantir a institucionalidade democrática e no impedir o retorno de processos ditatoriais. Atendemos ao chamado dos movimentos sociais de Honduras em defesa da democracia e do respeito aos direitos humanos.

É alarmante a crescente criminalização das lutas dos movimentos sociais na defesa de seus direitos.

O caráter laico do Estado é fragilizado pela maioria dos governos da região. A intromissão das hierarquias religiosas nas estruturas institucionais do Estado impede as mulheres de exercer a autonomia sobre seus corpos.
Na maior parte de nossos países continuam sendo escandalosos os baixos níveis de participação política das mulheres e seu acesso aos espaços de poder. Esta problemática é ainda mais alarmante no caso das mulheres negras e indígenas. Os governos ainda não implementaram os compromissos para atingir o objetivo de paridade adquiridos no contexto do Consenso de Quito.
Apesar da criação de mecanismos para a implementação de políticas para as mulheres, a maioria continua tendo estruturas marginalizadas e com escassos recursos.Ainda não foi possível transformar o discurso em estratégias, objetivos concretos e recursos suficientes.
 
Hoje, na inauguração da Décima Primeira Conferência Regional sobre a Mulher, as organizações feministas participantes do Forum, reiteramos aos governos que:
1. No contexto de um novo modelo de desenvolvimento os Estados devem fomentar transformações socioculturais e produtivas que assegurem uma relação sustentável com a natureza, a preservação dos bens comuns da humanidade e a pluralidade de culturas. Neste contexto os processos de integração regional devem aprofundar a participação dos movimentos sociais.
 
2. O Estado democrático deve garantir a justiça social, a igualdade étnico-racial e de gênero. Cumprir o plano de ação de Durban para avançar na erradicação do racismo institucional.
3. Deve garantir a proteção dos e das defensoras de direitos humanos permanentemente ameaçados,  assassinados e perseguidos em particular no México, América Central  e Colômbia.
4. Deve assegurar de maneira inadiável todos os meios necessários para prevenir, sancionar e erradicar todas as formas de violência contra as mulheres, incluindo a cometida pelas proprias instituições do Estado.

5. Deve ter um papel central na provisão de serviços que libere às mulheres da responsabilidade exclusiva do trabalho de cuidado e promova a corresponsabilidade. Os Estados devem ratificar e assegurar o cumprimento efetivo da Convenção 156 da OIT.

6. Deve garantir o acesso das mulheres ao trabalho remunerado com qualidade e pleno respeito dos direitos laborais.

7. Deve reconhecer o valor social e econômico do trabalho doméstico e equipará-lo jurídicamente na legislação trabalhista.

8. Deve garantir o direito das mulheres à terra, aos recursos naturais e o reconhecimento dos territórios indígenas e afrodescendentes.
9. Deve garantir a seguridade e previdência social universal e pública a todas as mulheres, no contexto de um novo modelo de redistribuição da riqueza que todas a todos produzimos.
 
10. Deve promover uma educação pública de qualidade para a igualdade, laica, não discriminatória, não sexista, não lesbofóbica, não racista, intercultural  e bilíngüe, com o aumento de recursos para assegurar o
acesso e permanência de meninas e mulheres adultas em todos os níveis de educação.

11. Deve promover políticas democráticas de comunicação que estimulem a produção e difusão de conteúdos não discriminatórios ou estereotipados, que represente as imagens das mulheres em toda sua pluralidade.

12. Deve garantir o direito universal à saúde através de sistemas públicos de qualidade, integralidade e perspectiva intercultural, reconhecendo os saberes da medicina indígena e afrodescendente.
 
13. Deve assegurar o cumprimento do Consenso de Cairo +5 e do Consendo de Quito que reconhece os direitos sexuais e direitos reprodutivos, implementando políticas de saúde e educação que garantam o exercício destes direitos.
 
14. Deve desenvolver uma estratégia integral para a prevenção do VIH e proteção de direitos das portadoras de VIH-SIDA.
 
15. Exigimos a despenalização e legalização do aborto com acesso a serviços públicos de qualidade.
16. Deve implementar medidas que reconheçam os direitos sexuais das mulheres que contribuam para superar a heteronormatividade que hegemonizam as leis e políticas públicas, violando os direitos de lésbicas, bissexuais, transexuais e transgêneros.
 
17. Convocamos aos Estados aqui representados a impulsionar e aprovar uma Convenção Interamericana de Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos.
 
18. Exigimos dos governos o fortalecimento da institucionalidade das políticas para as mulheres, com  orçamentos compatíveis com as necessidades e objetivos propostos.

19. Demandamos a produção de dados confiáveis, periódicos, completos, que deem transparencia aos processos de execução das políticas e permitam a monitoramento dos compromissos assumidos.

20. Exigimos dos governos mecanismos efetivos de promoção da participação, acesso aos espaços de poder e decisão de todas as mulheres e em particular as negras, indígenas e jóvens.

No contexto da Décima Primeira Conferência Regional sobre a Mulher da Cepal, reafirmamos a importância do diálogo Estado-Movimentos sociais, como dimensão fundamental da democracía participativa, assim como nossa posição de sujeitos coletivos protagônicos na construção de uma
sociedade igualitária com justiça social.
 
Brasilia, 13 de julho de 2010.

Da Universidade Feminista

http://www.feminismo.org.br/portal/

assista o vídeo em  http://vimeo.com/13253872

“BRASIL – 11 de julho de 2010 – Começou hoje o Fórum de Organizações Feministas para Articulação do Movimento de Mulheres Latinas Americanas e Caribenhas, como preparação para XI Conferência Regional sobre a Mulher da América Latina e do Caribe (CEPAL). A reunião segue até amanhã, dia 12 de julho.

Participam do encontro aproximadamente 200 mulheres, de quase 30 países da região. A abertura do evento será realizada pela ministra Nilcéa Freire, da Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM), Sonia Montano, diretora de Gênero da CEPAL e Rebecca Tavares, representante Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher (UNIFEM), no Brasil.

A idéia do Fórum é promover debate sobre o tema da XI Conferência “Que tipo de Estado? Que tipo de igualdade?”. Um dos assuntos a ser abordado é o olhar feminista no estado e os atuais modelos de desenvolvimento na América Latina e Caribe, com foco na promoção da igualdade, crítica do Estado patriarcal, capitalista, racista e da democracia na região. As contribuições dos participantes serão acrescentadas ao documento que está sendo construído em conjunto pelas organizações integrantes do Fórum, a ser apresentado na Conferência.

No último dia do encontro, será feita uma reflexão sobre a política de ação cultural em referência ao Haiti. Como lidar com a situação do país, por meio de uma análise crítica sobre “A História do Haiti”, discutindo a invasão, o modelo de desenvolvimento e os principais riscos representados pela mudança nos países em condições de subordinação. Serão abordados também, os desafios da tarefa de reconstruir o país, e, como fazer com que os haitianos sejam sujeitos ativos do processo. Ao final os participantes prestarão uma homenagem às mulheres vítimas do terremoto.

Fórum – Desde os anos 90, o movimento de mulheres e feminista da América Latina e do Caribe é um sujeito político chave, mobilizador de processos sociais e políticos para a superação das desigualdades vividas pelas mulheres na nossa região. A realização do Fórum de Organizações Feministas é parte desse processo e dá seqüência à incidência política iniciada no Ciclo Social de Conferências das Nações Unidas, especialmente na Conferência Mundial sobre a Mulher. Os Consensos Regionais, adotados desde então pela CEPAL, guardam estreita relação com a luta dos movimentos de mulheres e feminista para que o Estado assuma sua responsabilidade na promoção, proteção e defesa da igualdade, orientando as políticas públicas à garantia de direitos a todas e cada u ma das mulheres.

Conferência Regional – É um órgão subsidiário da CEPAL, chamado de forma permanente e regular, e acontece a cada três anos. O objetivo desse encontro é identificar as necessidades regionais e sub-regionais de mulheres, apresentando recomendações, realizar avaliações periódicas das atividades realizadas em conformidade com os acordos e planos regionais e internacionais sobre o assunto, e proporcionar um fórum de discussão sobre essas questões.”